maio 07, 2004

Algumas palavras sobre «Van Helsing»


A avaliar pelo trailer, eram poucas as expectativas em relação ao tão aguardado Van Helsing de Stephen Sommers. Apesar da temática do filme não ser para mim das mais sedutoras, não seria difícil dar uma oportunidade a Van Helsing, ou não fosse o filme escrito e realizado pelo autor de The Mummy e The Mummy Returns - filmes que considero agradáveis dentro da lógica em que se inserem. Van Helsing é decepcionante e cansativo. Partindo de uma premissa interessante, o filme estabelece-se imediatamente como aquilo que vem a tornar-se numa cena de acção de 2 horas. Tudo é estridente, rápido, destrutivo, sem altos e baixos, apenas com altos. Não existe história propriamente dita; são introduzidos os universos de Frankenstein, dos lobisomens, de Drácula, cabendo aos diálogos anacrónicos e a simples frases feitas unificarem a narrativa. Não funciona. Tudo é demasiado cool, num filme que se esperava um pouco mais sombrio. O género do filme nunca é bem definido; passa pela comédia, pelo terror, pela fantasia, pela acção, pela aventura, numa miscelânea que nunca encontra um estilo próprio. Os efeitos especiais abundam, do bom (mattes bem conseguidos) ao realmente fraco (cgi denunciado), e nem Hugh Jackman ou Kate Beckinsale conseguem marcar a diferença. Van Helsing é uma experiência esgotante, em que mesmo de cérebro desligado cedo começamos a recusar aquilo que nos está a ser oferecido.

Classificação: 4/10