março 18, 2004

«Dead End»


Título Português: Dead End - Terror Sem Fim
Título Original: Dead End
País de Origem: EUA/França 2004
Realizador: Jean-Baptiste Andrea e Fabrice Canepa
Argumento: Jean-Baptiste Andrea e Fabrice Canepa
Elenco: Ray Wise, Alexandra Holden, Lin Shaye, Mick Cain, Amber Smith, Billy Asher
Fotografia: Alexander Buono
Música: Greg De Belles
Produção: Captain Movies, Sagittaire Films
Distribuição Nacional: New Age Entertainment
Género: Terror, Thriller
Duração: 85 min
Classificação Etária: M/12

Produzido com um orçamento reduzido e rodado num curto espaço de tempo nos arredores de Los Angeles, Dead End assinala a estreia na realização da jovem dupla francesa Jean-Baptiste e Fabrice Canepa. Vi o filme no Fantasporto, onde o mesmo se apresentava em competição na Secção Oficial de Cinema Fantástico. Sem ter visto previamente qualquer trailer, apenas tive oportunidade de ler uma breve linha que apresentava a premissa do filme, francamente interessante e com grandes potencialidades, por sinal. Considerando-se ainda o facto de Dead End ter já recebido alguns prémios de Público e Júri por festivais por onde foi passando, o filme da dupla francesa tinha tudo para ser alvo de grandes expectativas nesta edição do Fantasporto.

O filme rapidamente estabelece a situação. Véspera de Natal. Uma estrada escura. A caminho da casa dos sogros com a sua família, um homem opta por tomar um atalho pela primeira vez em 20 anos. O pesadelo começa. Do reduzido elenco destacam-se pela popularidade o veterano Ray Wise (Twin Peaks) e a modelo Amber Smith.

Encontro para Dead End dois potenciais tipos de público: aqueles que considerarão o filme previsível à partida, e logo uma experiência falhada; e aqueles que, deixando-se levar pelas mãos dos realizadores, sem levantar questões, conseguirão deixar-se envolver nos quase 90 minutos de filme constituindo o mesmo uma experiência gratificante.

Para mim, Dead End, um filme com tanto potencial pela premissa em que se baseia, é um filme falhado porque, não primando pela originalidade, cedo se torna previsível – demasiado cedo e demasiado previsível. Tudo é demasiado óbvio no filme da dupla francesa, são dadas demasiadas pistas. E cada vez que a plausibilidade das situações é posta em causa, mais certos estamos do que a reviravolta final não nos surpreenderá.

Com um estilo independente e uma falta de recursos que não passa despercebida, resta aos realizadores, também argumentistas, explorar de forma hábil e ininterrupta os elaborados e por vezes hilariantes diálogos entre a família disfuncional na qual o filme se centra. O terror parece estar condicionado pelas limitações de orçamento e a tensão deixa de ser eficaz quando nos apercebemos do que realmente se está a passar.

Gostava que Dead End me tivesse surpreendido, mas tal não aconteceu, e do mesmo se queixavam várias pessoas à saída do filme, no Rivoli do Porto. É fácil reconhecer todo o humor negro envolto nas situações familiares retratadas no filme e aplaudir os diálogos escritos pelos dois jovens franceses. Mas Dead End é um filme de terror que se promove por uma reviravolta final surpreendente. E tal não acontece, até porque a reviravolta não é original, já foi abordada noutros filmes.

Dead End é uma experiência frustrante porque sendo um filme de terror e mistério, apenas consegue subsistir como exercício de humor negro (ainda que muito bom, diga-se) acerca de uma família disfuncional.

Classificação: 5/10