março 10, 2004

«The School of Rock»



Título Português: Escola de Rock
Título Original: The School of Rock
País de Origem: EUA, 2003
Realizador: Richard Linklater
Argumento: Mike White
Elenco: Jack Black, Mike White, Joan Cusack
Fotografia: Rogier Stoffers
Música: Craig Wedren
Produção: Paramount Pictures/Scott Rudin Productions
Distribuição Nacional: Lusomundo
Género: Comédia
Duração: 108 min
Classificação Etária: M/6

Desde a sua estreia, The School of Rock tem recebido opiniões francamente positivas quer por parte do público, quer por parte da crítica. Honestamente, o fenómeno passa-me um pouco ao lado. Talvez por não ser o maior fã de Jack Black; talvez por não me reconhecer particularmente no estilo rock 'n' roll.

O filme de Linklater é o veículo ideal para o exuberante e expressivo Jack Black, ele próprio membro da banda de culto "Tenacious D". Black, igual a si próprio, de tão enérgico que toca o psicótico, encarna o papel de um músico falhado que, com uma motivação inicial meramente financeira, faz-se passar por professor substituto de uma escola primária e acaba por se descobrir como orientador do interesse e potencial musical dos jovens alunos.

Pela forma como se apresenta, o filme assemelha-se a algo como o tradicional filme de família mas com uma abordagem independente, ou não tivesse sido Linklater um importante propulsionador do cinema independente americano no início da década de 90. Se por vezes o filme é (ou tenta ser) politicamente incorrecto, por outro, é previsível e convencional. Como se Linklater estivesse restringido às limitações de um produto final destinado a crianças.

Repleto de referências musicais, dos Led Zeppelin a Stevie Nicks, The School of Rock é, claramente, uma obra pessoal e revivalista de toda uma (sub)cultura musical. E é neste processo de relembrar, partilhar e dar algo a conhecer aos mais novos que reconheço a mais valia deste filme. Ainda que muitas vezes a abordagem às situações seja estereotipada e as personagens acessórias (como por exemplo, os pais das crianças) rocem o bacoco, encontro o poder de The School of Rock na mensagem de que a escola e os professores devem ter, desde cedo, um papel de estimulação nos alunos, e não apenas de (in)formação. Idealmente, a escola enquanto instituição deverá confrontar os alunos com referências e experiências de modo a potenciar o desenvolvimento dos mesmos para além dos programas académicos. E isto está presente no filme Linklater. Através do convívio com Jack Black e na sequência dos estímulos que o mesmo provoca, os alunos acabam por se definir ao interessarem-se por áreas tão díspares como a música, a iluminação, o estilismo, as relações públicas ou mesmo a vertente economicista.

Ainda que assumidamente uma comédia, o filme não é hilariante; é mais ternurento. E como produto final é pouco mais que um filme revivalista de um género musical, francamente sustentado pela irreverência e energia de Jack Black e pela inocência de um grupo de jovens crianças, ansiosas por se descobrirem a si mesmas.

Classificação: 7/10