Em 1994 Roman Polanski realizou Death and the Maiden, adaptando a peça homónima do argentino Ariel Dorfman. A premissa é simples: num país da América Latina, depois da queda de um regime ditatorial, uma mulher casada com um importante advogado recebe em sua casa aquele que acredita ter sido, no passado, o homem que a torturou e violou. Com um elenco reduzido de três actores - Sigourney Weaver, Ben Kingsley e Stuart Wilson - e apenas um décor - uma casa isolada - Polanski consegue explorar eficazmente durante hora e meia o terror psicológico e um clima de tensão de forma desconcertante. Com uma realização fiel à linguagem teatral, Death and the Maiden será recordado por uma interpretação magistral de Sigourney Weaver que ofusca qualquer eventual brilhantismo do galardoado Ben Kingsley. Um filme duro e cru, sobre justiça, sobre vingança, sobre a ténue linha intermediária. Em última análise, um poderoso ensaio sobre o exorcismo de traumas passados e horríveis memórias latentes.
abril 25, 2004
«Death and the Maiden» - a anatomia da tensão
Em 1994 Roman Polanski realizou Death and the Maiden, adaptando a peça homónima do argentino Ariel Dorfman. A premissa é simples: num país da América Latina, depois da queda de um regime ditatorial, uma mulher casada com um importante advogado recebe em sua casa aquele que acredita ter sido, no passado, o homem que a torturou e violou. Com um elenco reduzido de três actores - Sigourney Weaver, Ben Kingsley e Stuart Wilson - e apenas um décor - uma casa isolada - Polanski consegue explorar eficazmente durante hora e meia o terror psicológico e um clima de tensão de forma desconcertante. Com uma realização fiel à linguagem teatral, Death and the Maiden será recordado por uma interpretação magistral de Sigourney Weaver que ofusca qualquer eventual brilhantismo do galardoado Ben Kingsley. Um filme duro e cru, sobre justiça, sobre vingança, sobre a ténue linha intermediária. Em última análise, um poderoso ensaio sobre o exorcismo de traumas passados e horríveis memórias latentes.